sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Velhinha...



Florbela Espanca...
Esse foi o primeiro poema que li dessa mulher fantástica, e me identifiquei imediatamente.
Florbela andava meio sumida de minha vida, mas uma amiga querida, uma flor de Leminsky me encheu o coração de alegrias e trouxe Florbela de volta...
E de repente percebi: Já tenho quase 25, mas continuo velhinha como nas palavras de Florbela...
E creio que sempre vou continuar...

Se os que me viram já cheia de graça
Olharem bem de frente pra mim,
Talvez, cheios de dor, digam assim:
"Já ela é velha! Como o tempo passa!..."

Ó minhas mãos talhadas em marfim,
Deixem esse fio de ouro que esvoaça!
Deixem correr a vida até o fim!

Tenho vinte e três anos! Sou velhinha!
Tenho cabelos brancos e sou crente...
Já murmuro orações... falo sozinha...
E o bando cor-de-rosa dos carinhos
Que tu me fazes, olho-os indulgente,
Como se fosse um bando de netinhos...

(Velhinha, Florbela Espanca)

Um comentário:

Marina Santos disse...

Um dos meus preferidos...


AMAR!

"Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi para cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder...pra me encontrar..."

-Florbela Espanca-